Bonga, o Pai do Semba que Levou Angola ao Mundo

Bonga, o Pai do Semba que Levou Angola ao Mundo

Por Vevo Mbengi | BL News

O lendário Bonga, nome artístico de José Adelino Barceló de Carvalho, é muito mais do que um cantor: é a voz de uma nação. Nascido em 5 de setembro de 1942, em Kipiri, província do Bengo, o artista é considerado o pai do semba e uma das figuras mais emblemáticas da música africana contemporânea.

Com uma carreira que atravessa gerações, Bonga consolidou-se como símbolo da identidade cultural angolana, levando ao mundo o ritmo do semba — uma expressão viva da alma, da resistência e da alegria do povo angolano. O músico é reconhecido pelas suas letras profundas, que retratam a vida, a cultura e a luta pela liberdade, transformando a sua arte num verdadeiro manifesto pela independência e dignidade africana.

O sucesso internacional chegou com o icónico álbum “Angola 72”, lançado na década de 1970, obra que o projetou além-fronteiras e marcou o início de uma nova era na música angolana. Desde então, Bonga tem sido um embaixador da cultura de Angola, levando o semba a palcos da Europa, América e África.

Além da música, o artista demonstra a sua versatilidade com a criação de uma marca de vinhos, hoje comercializada em várias partes da Europa e em Angola, reforçando o seu estatuto de ícone cultural e empreendedor.

“Minha música é uma expressão da minha alma e da minha cultura. O semba reflete a vida e a luta do povo angolano”, afirmou Bonga, em tom emocionado.

Para o “Kota” — como é carinhosamente chamado —, a música sempre foi uma forma de resistência e de afirmação identitária. “Eu componho músicas pensando na minha experiência e na minha cultura. Quero que as minhas canções sejam o espelho da vida e da luta do meu povo”, realçou.

Hoje, Bonga é reverenciado como um símbolo de orgulho nacional e um património vivo de Angola, cuja obra continua a inspirar novas gerações de músicos africanos.

“Vejo um futuro brilhante para a música africana. Ela está cada vez mais presente no mundo e acredito que pode contribuir para a cultura global de forma positiva”, concluiu o pai do semba.

Com a sua voz inconfundível e o seu legado inabalável, Bonga permanece como o grande mensageiro da alma angolana — um verdadeiro embaixador do semba e da cultura africana.