Ngola Kabangu: “Angola ainda não é uma nação”

Ngola Kabangu: “Angola ainda não é uma nação”


O histórico dirigente da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), Ngola Kabangu, considera que, apesar da conquista da independência há 50 anos, Angola ainda não alcançou o estatuto de verdadeira nação. Aos 82 anos, o nacionalista defende que é hora de as novas gerações corrigirem os erros do passado e assumirem a responsabilidade de reconstruir o país com sabedoria e união.


> “Foi uma luta que valeu a pena. Aqueles que se entregaram de corpo e alma fizeram muito bem, eu sou um deles. Mas cometemos muitos erros. Provámos o sabor do sangue e deixámos tarefas por concluir”, afirmou Kabangu, em entrevista à agência Lusa, por ocasião do jubileu da independência.


Para o veterano político, as próximas décadas devem ser dedicadas à reconciliação nacional, à paz social e à reconstrução moral e material do país.


> “Angola ainda não é uma nação. A nação constrói-se com atos, práticas e reconciliação genuína. É preciso esquecer o passado, virar a página e criar novas esperanças”, defendeu.

Ngola Kabangu exortou à juventude a ser protagonista dessa transformação, apelando a um novo discurso baseado em ideias, projetos e participação ativa na sociedade civil, e não apenas em protestos ou vandalismo.


> “Os jovens devem pedir mais educação, mais formação e melhores condições de vida. Participar é reivindicar, mas também propor soluções. É isso que significa democracia”, sublinhou.


O antigo secretário-geral adjunto da FNLA acredita que, para o país avançar, o Governo precisa abrir mais espaço ao diálogo e à intervenção democrática, permitindo que diferentes vozes contribuam para o desenvolvimento de Angola.


> “É bom falar-se em democracia, mas será que há espaço real para a participação democrática? É preciso mais abertura, mais honestidade e mais debates”, questionou.


Ao refletir sobre o significado dos 50 anos de independência, Ngola Kabangu manifestou satisfação com o gesto do Presidente da República, João Lourenço, ao condecorar todos os subscritores dos Acordos de Alvor, entre eles Holden Roberto, Jonas Savimbi e António Agostinho Neto.


> “Foi o possível que se conseguiu. Como bom cidadão, quero contribuir e participar para dar significado a estes 50 anos. Somos parte integrante desse processo”, destacou.

Para os próximos 50 anos, o nacionalista sonha com uma Angola mais unida, mais solidária e mais próspera, onde todos possam viver com dignidade no país libertado pelos seus antepassados.


> “Temos de construir uma Angola nova, com novo espírito e novas esperanças. Esse é o verdadeiro caminho para formar uma nação”, concluiu.

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